Ecoam agora gritos de dor ao soar de cada pingo de agua que cai dentro desta gruta que chamo mente. Primitiva, escura deprimente onde jaz mil peles que a cada uma se dá uma historia, a dor gritada pelo mesmo torna-se em musica com o aclarar do dia.. a quais poucos respondem e de luz
à escuridão passa o dia para a noite onde a melancolia se instala com uma força dotada da dor dos outros, choram os violinos e violetas, violas e violoncelos que ao soar do infernal pingar marcam o compasso que é quebrado ao fechar de mais um sonho, sonho do qual o monstro tira de si, de sua pele e em sofrimento berra enquanto seu corpo sangra e lágrimas enchem as estrelas..
Tristeza de um, alegria de outro, outro que outr'ora fora um com a besta.
Mas afinal quem és tu?
Quem é a besta que dentro de mim se desfaz de mim, que luta contra si e em sua mal famada dor esconde seu brilho..
Não és apenas apenas eu como és também a minha dor, a representação física do que resta do meu génio pois me dás trabalho e sempre a sofrer passo meu dias mas a ti te agradeço por em tão mais cruel forma me criaste, a frieza que agora te resta parece transparecer para mim e ao tocar de qualquer objecto matas e te fechas como dantes. Medo tinhas tu de sair e agora fechares te queres mas não passas de um dentro de mim quando são mais os que tocam e sonorizam a tua dor, esses sim querem-te o bem mas os sangras sem piedade e todas as memorias as usas como punhas afinados que espetas em ti numa ânsia de morrer mas ao te ler vejo que estás destinado a sofrer. Em essa eterna magoa de um não esquecer, um não perdoar, um não seguir.
Perdeste agora em mais um desses túneis que tornam o ser inacabável.
Mais um grito de desespero e retomas o folgo para mais uma tempestuosa sonata.
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1 comentário:
O tempo não me deixa mentir, não me deixa fugir do tormento e das palavras que ecoam dentro de mim.
Dá me a mão agora enquanto ainda te vejo, enquanto não desapareces dentro de mim.
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